quarta-feira, 28 de julho de 2010

SOU LIXO...

Procuro á sorte

Como vento vindo do Norte.

Sem medida, sem guarida

Cântaros espremidos

Das águas caídas.


Procuro em vão

O acaso não resulta.

Sou bicho, peixe ou fruta.

Mas caminho sobre a terra

Como uma quimera.


Vivo de lixo

Perante ousadias.

Chamam eles Elias.

Entre muitas arrelias

Três nomes, Marias…


Por entre o asfalto

Penetro de manso.

Arre que é ganso.

Sobre o comprido

Pró mundo um descanso.


Bicho medonho

Muito fedorento.

Nunca fica só dentro.

Paga em pensamento

Sem alma, esguicho.


Pobre coitado

Foi despejado.

Amaldiçoado.

Para sempre condenado

E muito maltratado.


Procuro a sorte

Desses ventos vindo do Norte.

Procuro em vão.

Não tenho perdão

Sou animal sem razão…


Vivo de lixo…

Porque sou lixo…


Julho 2010

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