Procuro á sorte
Como vento vindo do Norte.
Sem medida, sem guarida
Cântaros espremidos
Das águas caídas.
Procuro em vão
O acaso não resulta.
Sou bicho, peixe ou fruta.
Mas caminho sobre a terra
Como uma quimera.
Vivo de lixo
Perante ousadias.
Chamam eles Elias.
Entre muitas arrelias
Três nomes, Marias…
Por entre o asfalto
Penetro de manso.
Arre que é ganso.
Sobre o comprido
Pró mundo um descanso.
Bicho medonho
Muito fedorento.
Nunca fica só dentro.
Paga em pensamento
Sem alma, esguicho.
Pobre coitado
Foi despejado.
Amaldiçoado.
Para sempre condenado
E muito maltratado.
Procuro a sorte
Desses ventos vindo do Norte.
Procuro em vão.
Não tenho perdão
Sou animal sem razão…
Vivo de lixo…
Porque sou lixo…
Julho 2010
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