sexta-feira, 27 de agosto de 2010

HOJE SINTO

Hoje sinto-me sozinho
Sem companhia,
Como um trapo.
Hoje sinto-me imundo
Como lixo,
Retalhos de mim.
Hoje sinto minha pele
 Entre a brisa
O sentimento levar.
Hoje sinto
Vento que me agride
Sem poder ripostar.
Hoje digo
Que farei,
Sem teu carinho.
Hoje relembro
Pequenas história,
Do nosso passado.
Hoje sinto-me
Também digo,
Que digo?
Minha infância passou
Hoje nada tenho,
Tudo, o tempo levou.
Hoje sinto-me sozinho
Como um trapo abandonado,
Preso nas recordações.
Do passado, restam as recordações
Que as guardo neste pequeno pedaço.
Que resta de mim…
Agosto 2010

domingo, 22 de agosto de 2010

CONTRA OS FOGOS

Meu coração serpenteia paixão.
Entre terras aradas, brandas de almas.

Arrojo um piropo, sinto o sopro.
Brisa de agonia, fim de mais um dia.

Com razão, tenho educação.
Metáfora presente.

Fui iluminado, bem ajustado.
Mas suspiro por ti…

Procuro no vento teu nome ali.
Chega a todo o lado, luta sem fim.

Serpente presente, nesta noite quente.
Oiço um grito, vindo de daí…

Entre lágrimas suspirando, pedaços de ti.
Teu campo lavrado por cinza semeado.

Meu coração fica triste, rogo a Jesus.
Perdem-se os encantos, verdes mantos sem fim.

O que ontem era verdejante.
Hoje, apenas…esqueci…


Agosto 2010

VIVER EM AMOR…

Amar é mais que razão de vida!
O amor é paz, felicidade e alegria.


Viver sem amor…


Fica o coração endurecido!
E a alma vazia.


Como é lindo o amor…


Corre coração a galope
Por sentimentos fortes.


Este amor que vive em mim…


Ter amor e ser amado
Não é uma simples ocasião!


O amor não tem profissão…


Faz da solidão passado
Com ele, as magoas se vão!


Fica a chama da paixão…


Ser amado não é pecado
Ter amor não é aberração!


Nem sinónimo de compaixão…


É amor, só amor
Vem sonho pernoitar!


Na vida o amor, para sempre eternizar…




Agosto 2010



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A PEQUENA RAINHA...

Lá vai a Mariazinha
Toda janota e fresquinha,
Com sua maleta a tiracolo,
Entre o foro, um cigarrito escondido,
Para não ser confiscada
Por mão adulta bisbilhoteira…


Lá vai ela toda contente
Aquele palminho de gente.
Saia curta e folhada
da bem arranjada
P´ros rapazes olhar!


Chega à festa tranquila
Cheia de grande alegria.
Para o baile da vila
Dos santos populares
Espera ser rainha…


Lá está ela toda risonha
Com uma garrafa de cola.
Deita aos rapazes o seu olhar
Que se juntar p´ra comentar,
Quem com ela vai dançar?


Lá vai a Mariazinha
Parecendo uma rainha.
Entre as amigas dançar
Parecendo uma criança
Aquele palmo de menina!


O baile chega ao fim
Sorrateira sai dali.
P´ro ano haverá mais
Fugirá de novo aos pais.
Este divertimento acaba aqui…


Agosto 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

ENTRE TRILHOS

Entre trilhos caminho na velha planície

Trilhos de Líricos cheios de vida e cor

Entre aromas, mil são outras flores.


Por entre elas vejo tanta beleza sem igual

Como choram as saudades do nome Portugal,

Meu país meu irmão, grande é meu amor.


Sigo os trilhos da vida que percorro sem fim

Procuro chegar a tempo,

Como este amor por ti.


Sigo os caminhos da aurora

Para o alto chegar

Para lá de cima, uma estrela alcançar.


Como o brilho de teu olhar

Mais parecem um farol,

E minha vida iluminar.


Teu brilho não tem fim

Entre trilhos e caminhos,

Sempre a brilhar para mim.


Ó meu grande amor

Como sou louco por ti!


Agosto 2010

DESESPERO E IRONIA…

De peito aberto em desespero
Pelas vozes do além.

Um grito aquém

Quem lá vem!

Será que tem nome?

A coisa, não responde!

O tremelicar da minha carcaça

Ouve-se bem ao longe.

Onde a profunda escuridão

Sente um enorme vazio.

O silencio interrompido pelo tremer dos dentes

Como se tratasse uma guitarra a trinar…

Amedrontado pela chegada

Ou será pela partida?

Peito aberto em desespero

Meu medo, aflito.

Solto então um grito...

Meus olhos contidos, emotivos.

Deixam antever gotas de sabor a Sal.

Talvez pelo momento esteja presente

Entro noite dentro.

Sem respeito não tenho medo.

Sei porque faço

Dispo o preconceito

Mas o que faço.

Faço-o com ironia…



Julho 2010

A FORMIGA E A CIGARRA

Rasteja bicho lento por todo o lugar
Pelo Verão a dentro.


Tudo carrega o que encontra

Pequenas sementes, alimentos armazenar.


Seu exército bem perfilado

Sempre certinhos com rigor.


Andando de lado p´ra lado

Seu Verão é trabalho.


P´ro voraz inverno ultrapassar

Sem a fome chegar.


Nem com o encanto da cigarra

Que ecoa sua melodia.


Nunca pensando no outro dia

Que de novo o inverno chegaria.


Perdera toda a alegria

Com as palavras vindas da formiga.


O Verão para si é alegria

Mas o inverno é agonia.


Sem comer e ao mau tempo

A cigarra zumbia…


Agosto 2010

PAIXÃO, RAZÃO, AMOR…

Seja como for, para tudo na vida sempre existe um toque de amor…
O telemóvel toca. Olho para o visor reconheço aquele número.

É o dela, fico inquieto, mas curioso!

Durante breves instantes, o pesado silencio se fez no meu quarto, enquanto que eu deambulava de lado para lado, onde o meu pensamento em sobressalto originava tamanha inquietude.

De novo, o telemóvel toca, cortando o silêncio do meu padecer, apressadamente, prego olho no visor, o mesmo número.

Este é realmente o teu…

Uma vez mais fico incomodado e intranquilo, não sei o que pretende desta vez?

Será grave?

De certo que não!

Mas porque razão ao fim de tanto tempo, torna a atormentar a minha alma?

Grito ás quatro paredes:

Deixa-me em paz…

Deixa-me sossegado no meu canto.

O nosso namoro tudo ficou á muito acabado!

Alguns minutos depois, das vezes sem conta que o telemóvel tocou.

Por fim, talvez por descargo de consciência, pego no pequeno aparelho telefónico e atendo.

Tu lá do outro lado, tentas uma nova abordagem pelo que julgas mal terminado.

O nosso relacionamento…

Ao fim de uma hora, entre muita conversa estabelecida, tudo fica senado, nosso namoro reatado.

O reencontro por fim marcado, porque, quando se ama, ambos os lados devem

Ceder, para verdadeiro amor prevalecer.

Porque a paixão é a razão do amor…


Agosto 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

MAR DE LAMENTAÇÕES...

Entre sílabas e decassílabos

Tudo serve para escrever,

Palavras versos ser,

Rimas a condizer!


Juntas completam um poema

Unidos, elaborados, também rimados…


Entre rios de sentimentos

Onde as emoções,

Transbordam felicidades,

Em palavras de amor!


Juntas completam um poema

Unidos, elaborados, também rimados…


Entre gotas de água se diluem

No horizonte do Tejo,

Estas que caiem,

Outras que prevejo!


Juntas completam um poema

Unidos, elaborados, também rimados…


Como um tal poema

Que fervilha pensamentos,

De amor e momentos,

Entre mares de lamentações!


Juntas completam um poema

Unidos, elaborados, também rimados…


Fevereiro 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

A MORTE LEVAR

Quando a morte um dia bater á porta
E diga, que a mim vai levar.


Espero ser velhinho

Nada mais ter para contar.


Deixo minha alma partir

Meu corpo, entre terra descansar.


Como quem de uma longa jornada

Á sua morada, acabe de chegar…


Que nem uma lágrima por mim

Ouse a família derramar.


Espero sim, ser recordado

Por aquilo que sempre fui.


O homem, o pai

O amigo e esposo também.


Quando a morte meu corpo levar

Para sempre em mil papéis, meu nome permanecerá!


Uma fria lápide como mortalha

Meu nome gravará.


Entre passado e saudade

Até á eternidade ficará!


Se a morte bater á porta

Meu velho corpo levar…


Julho 2010

MÚSICA DE AMOR...

Sopra o vento lá fora

Tamanho o seu zumbido,

Parece música no ouvido

Desses acordes vindo!


Sua música não tem fim…

Como os amores por aí!


Seus encantos não têm fim

Bate ao som do coração.

Música ou emoção

Desse amor sem fim!


Sobre o Sol no horizonte!

Ouve-se música de fundo.


Chora então uma guitarra

Como quem chora por ai!

Seu toque não tem fim

Cada amante é assim…


Nesta música de amor

Como a chuva cai aqui!

Sopra o vento lá fora

Como amores por aí…


Nesta música de amor

Neste jardim em flor!

Sopra o vento lá fora

Da chuva, fujo para ti…



Julho 2010